quarta-feira, 15 de maio de 2013

Apesar de você.

Artigo do Gato
Artigo escrito pelo jornalista Roberto Gato.
 
A decisão da executiva do Partido dos Trabalhadores, reunida com apenas sete dos treze membros decidiu que seus filiados não podem tecer comentários desabonadores a gestão do Partido Socialista Brasileiro (PSB) cuja coligação ganhou a eleição para o governo do Estado.
Essa união dos dois partidos não foi abençoada plenamente pelas lideranças petistas locais. Dalva Figueiredo, por exemplo, se mostrou contrária a união, porém com minoria na executiva do partido foi voto vencido. Hoje quem comanda o PT são figuras foscas, sem brilho e sem voto popular. Joel Banha um parlamentar sem grandes projeções legislativas e uma figura fechada, de pouca fala e sem o traquejo no trato com as pessoas, habilidade indispensável na boa relação pública. Dora Nascimento, atual vice governadora do Amapá, uma militante com vistas voltadas aos espaços de poder granjeados pela sua posição, mas sem o topete para se impor como liderança política do maior partido político do Brasil e com o mais importante cargo deste País nas mãos. Presidência da República.
Ambos atiraram no que viram e acertaram no que não viram. Dalva estava certa na sua análise conjuntural. O PSB queria tão somente palanque para Capiberibe e Janete. Sabiam os socialistas que suas chances de acessar o Setentrião eram remotíssimas, diria impossível, mas uma operação da Polícia Federal realizada as véspera da eleição os colocou no páreo e o resultado é que vivenciamos. Uma catástrofe para o Amapá. A inexpressividade do grupo político de Joel e Dora está retratada na derrota de Joel para a Assembléia Estadual e de sua irmã, Izídia Banha para edilidade.
Agora de forma arbitrária e sem mais uma vez pensar no PT um fragmento majoritário da executiva toma essa decisão. Amordaçar os petistas, logo eles que foram forjados nas quentes lutas contra a ditadura. Um partido político com uma biografia construída pelo enfrentamento daqueles afeitos ao imperialismo capitalista. No Amapá petista tem de andar olhando para baixo e sem opinião. Os membros do maior partido brasileiro são proibidos de enxergar, de ouvir e de sentir. São “zumbis” que vagueiam sem olfato, paladar e tato. Mortos vivos. Aonde chegou o PT. Um partido político que a cada dia se acapacha subservientemente para atender a ambição deste casal pelo poder. Joel Banha, deputado derrotado nas urnas sonha com o Tribunal de Contas e, Dora Nascimento, imagina uma carreira no legislativo, pois com um partido que perde identidade e densidade eleitoral, fatalmente a cadeira de vice deve está na mesa de negociação do PSB para atrair parceiros mais interessantes.
Reage PT, nem a voz de um de seus maiores líderes José Dirceu que em plenária afirmou de forma categórica que Camilo Capiberibe não honra o que apalavra serviu para encorajar o risível PT amapaense de Dora e Joel e vice versa, tanto faz nesse caso a ordem não altera os fatores mesmo. Se prostram ao pé de Camilo e pedem desavergonhadamente pelo amor de Deus ao PSB para que continuem a comer as migalhas de poder que ainda lhes cai nos cacos de pratos que seguram as mãos tal qual mendigo a pedir pelo amor de Deus pela benevolência dos transeuntes.
Embora não seja filiado a partido político confesso que foi o PT e seus ideais que me levaram um dia as ruas para, vestido a caráter, de vermelho, pedir voto para a Dalva. Hoje, esse PT medíocre, submisso, sem voz, não me apetece. Estou com nojo deste PT do Amapá. Não sei classificá-lo, talvez não tenha competência para tal. Mas você militante histórico pode dizer ao Amapá que PT temos.

Chico Buarque de Holanda fez um hino à ditadura, mostrando que tudo passa e cantou assim: Apesar De Você 

 

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